sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O NÒ NO LENÇOL

                                                            O Nó no Lençol


Numa reunião de pais numa escola da periferia, a professora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que se fizessem presentes o máximo de tempo possível...

Considerava que, embora a maioria dos pais e mães trabalhasse fora, deveria arranjar tempo para se dedicar às  crianças.

Mas a professora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e  explicou humildemente, que não tinha tempo de falar com o  filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar  era muito cedo e o filho ainda estava a dormir. Quando voltava do  trabalho  já era muito tarde e o filho já não estava acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo  para o filho e que tentava compensá-lo indo beijá-lo todas as noites quando  chegava em casa.

E para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando  ia  beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o  pai  tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A professora emocionou-se com aquela  história e ficou surpreendida quando  constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O facto faz-nos reflectir sobre as muitas maneiras de as pessoas se fazerem  presentes, de comunicarem com os outros.

Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o mais  importante é que o filho percebia, através do nó, o que o pai  estava a dizer.



 
As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem  reconhecer um gesto de amor.

Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol... 

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